AD: Qual é o panorama mundial e nacional da educação à distância?
Eduardo Rodrigues: Trabalho com EAD há mais de 10 anos e ao longo desse tempo as opções evoluíram muito. No início o EAD era feito de forma manual (registros dos primeiros cursos datam de 1881) sendo a distribuição de conteúdo basicamente feita pelos correios. Os computadores permitiram uma melhoria na qualidade do conteúdo, adicionando novos recursos audiovisuais interativos e a utilização da internet como meio de distribuição de conteúdo, permitiu a expansão em larga escala da EAD.
Com o crescimento do mercado, grandes players entraram e passaram a fornecer soluções para administração dos cursos, os AVA (ambiente virtual de aprendizado). Atualmente todos os tipos de cursos podem ser feitos online, inclusive com certificações reconhecidas internacionalmente.
O MEC também já reconhece e possui regras específicas para cursos on-line. Por isso, no Brasil quase todas as universidades, lideradas principalmente pelas instituições privadas, estão utilizando o EAD como complemento do ensino presencial ou como uma alternativa completa de ensino.
Os brasileiros estão entre os que passam mais tempo na internet e entre os que mais utilizam redes sociais. A facilidade e identificação com a internet melhora o alcance dos cursos de EAD no país.
AD: Você considera que a educação à distância é uma alternativa para a formação de mão de obra, atualmente escassa, para a TI?
Eduardo Rodrigues: O mercado de TI é muito peculiar. Como a profissão não é regulamentada, não há uma exigência formal de requisitos para atuar no setor. Atualmente, são as empresas provedoras de tecnologia, como a Microsoft, Oracle (Java), Cisco, entre outras, que proveem programas de certificação, que de alguma maneira conseguem mensurar o conhecimento dos profissionais.
O EAD pode ser uma excelente alternativa para os profissionais de TI, que já têm por hábito a utilização da internet como fonte de informação, ou seja, as ferramentas EAD não introduzem nenhuma dificuldade para eles. Além do mais, a flexibilidade permitida pelo EAD é uma grande vantagem, pois a grande demanda de profissionais de TI faz com que muitos estudantes consigam emprego mesmo antes de se formar, e o EAD permite a conclusão do ensino fora do horário comercial.
Porém, nem todas as pessoas têm perfil para fazer um curso à distância. Apesar de fornecer flexibilidade em relação ao tempo dedicado ao estudo. Essa modalidade de ensino requer uma organização do tempo e concentração muito maior que o ensino presencial.
AD: Qual é o principal público-alvo para a EAD no país?
Eduardo Rodrigues: Atualmente, vejo o público-alvo como sendo o de profissionais que já estejam no mercado de trabalho e procuram se aperfeiçoar em uma determinada área ou uma mudança na carreira (concursos, por exemplo).
Outro grande alvo da utilização do EAD é para empresas que desejam treinar funcionários e que tenham sedes distantes, podendo assim, ter uma economia muito grande em treinamento.
Fonte: Assespro Direto (www.assespro-rj.org.br)